terça-feira, 28 de abril de 2009

IN ILLO TEMPORE - Tirzah Ribeiro

Debruçada nas margens do presente
vejo formas diluídas na neblina
insinuando passos oscilantes,
querendo ser novamente, não podendo,
querendo renascer e mais morrendo,
Quisera devolvessem a vida minha.
Quisera devolvessem meu passado
perdido junto ao seu naquele tempo.
Quisera confudir-me num abraço
noturno e silenciosos, mas real;
deixar a condição intemporal,
esta ansiedade de não ser, mas sendo.

Debruçada nas margens do presente,
desligada do tempo a que pertenço,
entrego ao vento minha alma ausente.

Fonte : RIBEIRO,Tirzah. Solidária Solidão.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Tsui´goab ou A batalha contra a Morte oab ou A Batalha contra a Morte

Há muitos e muitos anos o povo Koí,que vive no grande deserto no sul da África,conta a história de um homem que viria a ser conhecido como Tsui ' goab.
Naqueles tempos,vivia-se uma grande seca.Não chovia fazia muitos e muitos meses e,como todos os homens da aldeia,Tsui ' goab estava preocupado.
- Quando será que teremos chuva novamene?-se perguntava,o sol castigando a terra e os homens,a água cada vez mais escassa como a comida.Para onde quer que olhasse,não conseguia se quer avistar uma nuvem.Os poços e secavam e todos eram obrigados a ir cada vez mais distante para encontrar qualquer animal para caçar e saciar a fome das crianças,que choravam noite adentro,as barrigas vazias,os corpos que eram apenas pele e osso.
Quase todo gado morrera.As plantações haviam se transformado em galhos e folhas secas que se misturavam à poeira quando o vento quente soprava do deserto e varria as cabanas silenciosas.Apenas um poço sobrara depois de tantos meses sem chuva,mas a cada dia que passava os baldes eram obrigados a serem descidos cada vez mais baixos para encontrar o líquido precioso.
Vivia-se um grande dilema:beber água e saciar a sede ou dá-la ao gado.Mas,se dessem ao gado,sofreriam terrivelmente e,pior,não teriam como regar as plantações.Sem gado e sem colheitas,morreriam de fome.
O sol,antes olhado com admiração e encantamento,transformara-se no grande inimigo,destruidor de tudo e de todos.Tsui´goab chorava,atormentado pelas dúvidas e pela dor de ver aqueles que amava sofrerem tanto sem poder fazer nada para ajudá-los.
Certo dia,um desconhecido entrou na aldeia logo depois de uma pavorosa ventania que soprou por horas no deserto.Acabou sendo levado e acolhido na casa dos mais velhos,pois,apesar do sofrimento da provação a que eram submetidos pela seca,hospitalidade era hospitalidade e todo visitante sempre se via bem recebido e convidado a partilhar do pouco que tinham.
Apesar de ter o rosto escondido por um capuz e o corpo coberto por uma longa capa,Tsui´goab pôde perceber que era um homem extremamente saudável,musculoso e aparentando grande força física,diferente de todos por aquelas bandas,quase sempre magros e de aparência envelhecida.
- De onde vem? - quis saber,osolhos observando-o com desconfiança.
- De pero e de longe - respondeu o desconhecido.
- A seca anda muito grande e espalhou-se para bem longe...
- É verdade...
- Deve ter visto a morte muitas vezes pelo caminho...
- Por onde quer que eu vá,a morte me acompanha...
- Mas,apesar disso,me parece bem saudável.
Bastante saudável,na verdade... - O homem sorriu misteriosamente,mas nada disse,o que levou Tsui´goab a perguntar: - Tem alguma explicação para isso?
- Explicação?Que explicação?
- Segredo?Do que está falando,homem?
- Já esteve outras vezes nesta aldeia,não é verdade?
Os olhos dos desconhecido brilharam de modo estranho.
- Sim e não -respondeu,a voz sumida.
Tsui´goab levantou-se num salto e desafiou:
- Vamos!Tire seu capuz e mostre-nos o seu rosto,pois não há mais o que esconder!Todos sabemos muito bem quem é você !
O desconhecidos sorriu,fazendo pouco-caso das palavras de Tsui´goab.
- Sabem mesmo?
- Ouvimos quando disse que vem de longe e de perto e bem sabemos que a morte está por todo lado.Por isso a viu por onde passou,pois a verdade é que você é a morte.
O desconhecido despiu o capuz e a capa e admitiu:
- É verdade.Eu sou Guanab e há muitos que me chamam de morte.
- Deixa-me muito feliz por estar aqui em forma humana - afirmou Tsui´goa.
- É verdade? - desdenhou aquele que se apresentava como a morte. - E posso saber por quê?
- Assim eu terei alguma chance de tentar salvar o meu povo.
- Do que fala?Enloqueceu?A falta d'água e de comida tirou-lhe o juízo?
- Pelo contrário,nunca estive tão feliz...
- Não entendo...
- Somos uma gente orgulhosa e nenhum de nós tem medo de enfrentar a Morte.Mas como enfrentar o que sabemos existir mas não vemos?
-Enloqueceu...
- Agora temos a oportunidade.Apresenta-se diante de mim em forma humana,a forma mais cruel,aquela que se alimenta da dor dos infelizes e dos ventres vazios e inchados,dos lábios ressequidos pela sede e das nuvens de moscas que perseguem os corpos daqueles que irão morrer.
- Não tem medo de mim?
- Fico feliz em tê-lo agora diante de mim...
- Por quê?Deseja morrer?Quer que o leve comigo?
- O que quero é desafiá-lo para um duelo - afimou Tsui´goab. - Um combate leal...
- Acha mesmo que pode me derrotar?
- Tentarei e,se ganhar,espero arrancar de você uma promessa...
- Que promessa?
- A de que partirá daqui para sempre e deixará meu povo viver em paz.
Gaunab,que se dizia ser a Morte,sorriu.
- Então é isso?Sonha banir-me?É disso que fala?Banir a morte?
- É!
- Mas e se a derrota for sua?O que ganharei?
- Levará minha vida e a de todos que encontrar em seu caminho de destruição.
- Não me parece um grande prêmio,não é mesmo?Mais cedo ou mais tarde,eu ficarei com a vida de todos...
- Aceita meu desafio?
- Acredita que serei leal?
- Certamente,pois você é a Morte e seu único adversário é a Vida.A grandiosidade de ambos depende que sejam desleais.Não há como ser diferente.
- Pois então aceito seu desafio! - e,dizendo isso,Gaunab,aquele que se apresentava como a Morte,atirou-se sobre ele e os dois rolaram pelo chão.
A batalha estendeu-se por dias.Rapidamente a notícia espalhou-se pela aldeia.
- Tsui´goab está lutando contra a Morte! - gritavam.
Em pouco tempo,todos rumaram aquele local.Não houve homem sadio ou homem doente,forte ou fraco,que não se dispusesse a ir até lá para encorajá-lo.Guanab,mais forte,parecia vencer a batalha mas,um pouco depois,todos viam Tsui´goab,que lutava com a força dos desesperados e por aqueles que amava,se superar e a luta se prolonga por dias.
Guanab tinha a vontade de vencer,mas Tsui´goab era sempre mais rápido e conhecia mais golpes,pois desde que se entendia como gente lutara contra tudo e contra todos para continuar vivo.À Morte interessava vencer com a força maior que alimentava o espiríto humano,que era o amor e a solidariedade para com todos que sofriam naquele deserto.Por isso era bem mais feroz e muito mais determinado.
Perdeu-se no tempo a duração da luta.Ninguém mais se lembrava.Falava-se em horas,mas havia quem garantisse que estendera por semanas inteiras.No entanto,uma coisa era certa:ao fim do poderoso combate,Guanab,aquele que se apresentava como a Morte,jazia estendido no chão,empoeirado,ferido e inegavelmente vencido.
- Estou morrendo... - gemeu,os olhos enormes,como se não acreditasse no que dizia. - Você derrotou a morte... - Porque lutou com lealdade - admitiu Tsui´goab.
No entanto,orgulhosa,a Morte não podia nem queria se dar por vencida.Num golpe ágil e cruel,deu um ponta-pé no joelho de Tsui´goab,partindo-o com um som assustador.Ele tombou gritando e de dor desmaiou ao cair por terra.Muitas vozes soavam em seus ouvidos quando Tsui´goab finalmente voltou a si.Achou estranho,não via ninguém.
- Tsui´goab derrotou a Morte - disse alguém - e estamos muito agradecidos.No entanto,a Morte tem muitas faces e a verdade é que ainda está entre nós.
Como Tsui´goab ainda não era seu nome,ele estranhou a menção de tal nome por aquelas vozes que reconheceu serem de sua gente.
- Mas nunca nenhum homem lutou contra a Morte e a venceu e temos que ser gratos. - afirmou outra voz.- Devemos reconhecer tão grande bravura e cobri-lo de presentes.
Foi nesse instante que aquele que viria a ser conhecido a partir daquele dia como Tsui-goab esfregou os olhos com força e percebeu algo surpreendente: não se encontrava entre os seus,dentro da aldeia,mas antes flutuava bem alto sobre ambos.
Estava no céu.Desesperou-se e tentou tocá-los.Nesse momento,esfregou os dedos no corpo e,para sua surpresa ainda maior,deles começaram a sair água.
Seus olhos encheram-se de lágrimas,que caíram sobre a terra.Via,de um momento para o outro,a terra tornar-se mais escura à medida que a água caía de seus dedos e de seus olhos.Ele ia molhando a terra com a chuva - chuva que criara.Rostos molhados levantavam-se para o céu e gritavam agradadecidos pela água que retornava para salvar-lhes as vidas.
Daquele dia em diante,ninguém mais o chamou ou o reconhceu por outro nome que não fosse Tsui´goab,um deus da chuva,o que significava "joelho quebrado".

Fonte : BRAZ,Júlio Emílio e DANSA,Salmo;Lendas Negra;São Paulo;FTD;2006

P.S. li essa lenda incrivel um dia desses e gostaria de dividir com vocês..espero que gostem,deixem comentários..ok xD

quarta-feira, 18 de março de 2009

Resultado : Teste de Inteligência !

Resultado: 15 pontos

Eu tenho um bom vocabulário.

Teste Seu Vocabulário.

Oferecimento: InterNey.Net

15 ponto(s) = bom vocabulário

Seu vocabulário está num nível mediano. Isso quer dizer que você é uma pessoa que lê e escreve com relativa perfeição. O meio em que você está em contato favorece-lhe no desenvolvimento de um vocabulário bom. Para melhorar ainda mais, procure ler textos mais cultos e a usar com maior frequência o dicionário para tirar as dúvidas. :)

Resultadp

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Loucura - Lupicínio Rodrigues

E aí
Eu comecei a cometer loucura
Era um verdadeiro inferno
Uma tortura
O que eu sofria por aquele amor
Milhões de diabinhos martelando
Meu pobre coração que agonizando
Já não podia mais de tanta dor
E aí
Eu comecei a cantar verso triste
O mesmo verso que até hoje existe
Que ainda tem coragem de dizer
Que os meus versos não contêm
Mensagem
São palavras frias sem nenhum valor
Então por que é que o Senhor mandou Cristo
Aqui na terra semear amor
Quando se tem alguém
Que ama de verdade
Serve de riso pra humanidade
É um covarde,um fraco,um sonhador
Por que não deixa eu mostrar a essa gente
Que ainda existe o verdadeiro amor
Faça ela voltar de novo pra meu lado
Eu me sujeito a ser sacrificado
Sabe seu mundo com a minha dor

De Todas As Maneiras - Chico Buarque



De todas as maneiras que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras fitas para sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a beber desvairado
Quando entra o verão

De todas as maneiras que há de amar
Já nos machucamos
Com todas as palavras feitas para humilhar
Nos afagamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Ele tá apressado
E desanda a beber desvairado
Quando entra o verão


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ana Beatriz

Ana – Do hebraico “hanna”, que significa graciosa. Consciente das responsabilidades, pode à primeira vista parecer um pouco fria. Porém, o seu coração pode ser quente, mas de uma forma selectiva. Prefere a solidão aos laços medíocres, a verdade às noções enganadoras. Ana é uma pessoa com um espírito analítico e moralizador, mas quando encontra uma companheiro à sua altura defende o seu direito à felicidade com tenacidade. Trata-se de uma pessoa capaz, procura as coisas que duram e que tendem a melhorar com o tempo, a paz interior, a sabedoria e a serenidade.
Beatriz – Deriva latim “beare”, ou seja, aquela que traz felicidade. Inimiga da ociosidade, está muitas vezes insatisfeita com este mundo. Sofre e revolta-se com as injustiças e a miséria, pelo que só tem duas alternativas. A primeira consiste em encontrar o seu princípe encantado, a espera na sua torre de marfim. A segunda alternativa é dedicar-se a uma causa que defenda dignidade humana. Seja como for, Beatriz vive em função do amor, a única coisa que traz felicidade.
Ana Beatriz: Graças ao seu grande magnetismo pessoal, consegue cativar com um sorriso ou com um olhar. Mas é muito criteriosa: só dá seu amor ao homem que poderá fazê-la feliz e a quem ela poderá fazer feliz.

fonte? seeii nãOo ! xD